AS MÃOS DO MEU PAI (Dia dos Pais)


maos

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já da cor da terra
- como são belas as tuas mãos
pelo quanto lidaram, acariciaram ou  fremiarm da nobre cólera dos
justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza que se chama
simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam nos braços da tua cadeira
predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, vieste
alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah! como os fizeste arder, fulgir, com o milagre das taus mãos!
E é, ainda , a vida que transfigura as tuas mãos nodosas...
essa chama de vida - que transcende a própria vida
...e que os  Anjos, um dia, chamarão de alma.
                   

MÁRIO QUINTANA  ( Esconderijos do Tempo)

2 comentários:

Raphael (Mediador) 10 de agosto de 2009 às 20:21  

Bellisimo Poecma !!! Shoe de Bola!!

amanda cintya 13 de agosto de 2009 às 07:15  

prof,amei esse poema! é tocante*

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Este blog foi criado para dar vazão a nossa arte de criar argumentos sócio-jurídicos. Queremos celebrar a voz humana. Libertá-la de quaisquer amarras. Por isso, não tenha medo, neste espaço, de dizer o que sente, o que pensa e o que faz! Nossas aulas serão ainda mais valiosas se você partilhar conosco suas idéias, conceitos e jeitos de ser e viver. Por isso não se faça de rogado(a), tire as sandálias, se assente e ocupe um lugar entre nós. Porque a celebração da voz humana quando “[...] é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer [...] não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada.” (Eduardo Galeano).